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Blogagem coletiva do S O N H A R E S E R,da amiga Liliane,comemorando aniversário!!PARABÉNS!!

SONHOS!SONHAR!!

Podemos falar sobre sonhos de várias maneiras, com várias conotações. Falar com romantismo?Não sei; sou muito realista... É, não dá mesmo pra ser romântica ou para expressar o romantismo, caso não esteja sentindo; Acredito no amor,no romantismo,na felicidade com alguém,sem que a minha dependa da dele,ou a dele da minha,mas o tempo de sonhar ...Passou!!!Gostaria de viver o que muitos vão escrever, por exemplo, mas sei que não é para esta encarnação, e não vou explicar porque, pra não falar do que não vale muito a pena. Logo falarei de sonhos em outro tom, de forma que seja útil para todos nós !!! Ah, eu não sou pessimista!Amem muito e não deixem a oportunidade passar... Então vamos falar de sonho, quando agente deita dorme e sonha... E muitas vezes não foi um sonho, foi um encontro real.

É importante que tenhamos um sono tranqüilo, para que possamos transformar nossos sonhos em fonte de ensinamentos e comunicação.

Marco Túlio Michalick
marcomichalick@bol.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
É no momento do sono que nosso espírito se desprende do corpo físico, permanecendo liga o por um cordão fluídico, e assume suas capacidades espirituais. Como está descrito no Evangelho Segundo o Espiritismo, "o sono foi dado ao homem para a reposição das forças orgânicas e morais. Enquanto o corpo recupera as energia que perdeu pela atividade no dia anterior, o espírito vai se fortalecer entre outros espíritos".

Por isso a importância de termos uma conduta moral aplicada, com as companhias, leituras e músicas. Nossas companhias do dia serão as da noite, ou seja, o nosso pensamento vai atrair espíritos encarnados ou desencarnados que tenham a mesma sintonia que a nossa.

Há diversos estudos sobre os sonhos na parapsicologia, tentando desvendar esse enigma que nos afeta sempre que acordamos na intenção de decifrarmos algo que às vezes é um sinal, outras vezes não passa de meras imagens sem significado. Antigamente, os sonhos eram considerados visões proféticas e reveladoras do futuro, onde homens entravam em contato com deuses e demônios. Muitas vezes, suas interpretações ligavam-se a superstições, numerologia, crendices, astrologia, entre outros.

Ainda hoje, pessoas aproveitam da ignorância dos homens sobre o assunto e ganham dinheiro fácil na interpretação dos sonhos de quem as procura com o intuito de decifrá-los. Assim, tornam-se vulneráveis nas mãos de gente insensata ou espíritos zombeteiros, levianos e obsessores

É através dos sonhos que temos contato com amigos, parentes, instrutores e desafetos. Dessa forma, precisamos aproveitar o máximo para podermos ser esclarecidos sobre as dificuldades que estamos passando. É através dessa conversa que teremos com esses espíritos afins que poderemos, no dia seguinte, estarmos aptos a tomar decisões mais precisas. Mesmo não lembrando do sonho na maioria das vezes, através de uma visão, uma frase ou uma conversa, podemos lembrar de algo que nos foi elucidado durante o sonho e, assim, podermos tomar a decisão correta.



OS TIPOS DE SONHOS


Martins Peralva, em seu livro Estudando a Mediunidade, capítulo XVII, descreve que há três tipos de sonhos: comuns, reflexivos e espíritas. Conforme o livro citado, os sonhos comuns são "aqueles em que nosso espírito, desligando-se parcialmente do corpo, vê-se envolvido e dominado pela onda de imagens e pensamentos seus e do mundo exterior, uma vez que vivemos num misterioso turbilhão das mais desencontradas idéias". Como sonhos reflexivos "categorizamos aqueles em que a alma, abandonando o corpo físico, registra as impressões e imagens arquivadas no subconsciente e plasmadas na organização perispiritual". Já nos sonhos espíritas, "a alma, desprendida do corpo, exerce atividade real e afetiva, facultando meios de nos encontrarmos com parentes, amigos, instrutores e, também, com nossos inimigos, desta e de outras vidas". O autor destaca ainda que "não podia o Espiritismo fugir a esse imperativo, eis que as manifestações oníricas têm acentuada importância em nossa vida de relação, uma vez que os chamados ´sonhos espíritas´ resultam, via de regra, das nossas próprias disposições, exercidas e cultivadas no estado de vigília".

No livro Nova Ordem de Jesus, ditado pelo apóstolo Thomé e psicografado por Diamantino Coelho Fernandes, é dito a todo instante a importância de, ao deitarmos, orarmos e meditarmos. São citados no livro reuniões da espiritualidade, em especial de Jesus, pelas quais, através do sonho, Ele mantém reuniões constantes com vários dirigentes terrenos responsáveis pelo governo de várias nações, com a intenção deles se entenderem espiritualmente e, posteriormente, acertarem os passos para a manutenção da paz, consolidando a harmonia entre os povos terrenos para que o planeta ingressasse no próximo século com suas populações em absoluto regime de paz e tranqüilidade.

O sono deve ser tranqüilo e, por isso, devemos fazer a oração com o coração e não aquela mecânica. A meditação serve para fazermos uma auto-análise do nosso dia-a-dia, mas sem nos punirmos de algo que efetuamos erroneamente, pois, dessa forma, estaremos nos martirizando e essa não é a intenção.


VIAGEM FORA DO CORPO


Se soubermos aproveitar nosso sono, podemos fazer coisas incríveis, como trabalhar e estudar. Na edição n° 11 da Revista Cristã de Espiritismo, Reynaldo Leite disse em sua entrevista: "nas poucas horas que durmo, meu corpo fica repousando e vou para o mundo espiritual, estou fazendo cursos". Quando foi indagado se recordava nitidamente das passagens desses cursos, ele respondeu: "Muita coisa sim, outras ficam em meu subconsciente para que oportunamente, falando ao público, o meu espírito possa buscar melhores explicações".

É claro que o aproveitamento desses momentos depende da evolução e interesse de cada um. Em Missionários da Luz, André Luiz narra o exemplo de uma escola no plano espiritual onde havia cerca de 300 alunos encarnados matriculados, mas com um comparecimento constante de apenas 32 deles. Informa que a lembrança do aprendizado variava de alma para alma e de acordo com o estado evolutivo que lhe é próprio.

Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec destaca o seguinte sobre os sonhos: "As mais comuns manifestações aparentes ocorrem no sono, pelos sonhos: são as visões. Não pode entrar em nosso plano examinar todas as particularidades que os sonhos podem apresentar. Resumimo-nos dizendo que eles podem ser: uma visão atual de coisas presentes ou ausentes; uma visão retrospectiva do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro".

Até mesmo para evitar o aborto o sono tem um papel importante, pois é através dele que os futuros pais são levados ao Departamento da Reencarnação, onde é elucidado que o compromisso reencarnatório deve ser cumprido. Nesses encontros, o espírito reencarnante é apresentado e, muitas vezes, é conhecido de outras vidas. Luiz Sérgio descreve muito bem esse assunto no livro Deixe-me Viver. Como temos o livre arbítrio, cabe a nós a decisão final de praticarmos ou não o aborto.

Como sabemos, o homem dorme aproximadamente um terço de sua vida terrena. Por isto, devemos nos esforçar para dormir bem, aproveitando esses momentos sublimes para termos contato com espíritos afins, podermos trocar idéias, visitar-s mos outras esferas, estudarmos e trabalharmos. Não devemos esquecer jamais da importância da oração e meditação ao deitarmos, para termos um sono tranqüilo.

Gostaria de terminar com uma oração do Evangelho Segundo o Espiritismo: "Minha alma vai se encontrar por instantes com outros espíritos. Que aqueles que são bons venham me ajudar com seus conselhos. Meu anjo guardião, fazei com que, ao despertar, eu conserve uma durável e salutar impressão desse convívio".

B O N S   S O N H O S

Para saber mais sobre o sono e os sonhos, leia O Livro dos Espíritos, questões 403 a 405.

Como evitar o mau hálito


Como evitar o mau hálito

O mau hálito, conhecido cientificamente como halitose, pode ter consequências ruins na vida das pessoas, como lhe custar um amor ou um emprego. Mais comum do que muita gente pensa, a boa notícia é que tal odor indesejável é mais fácil de se livrar do que se imagina.
A primeira coisa a se fazer é determinar se o seu hálito é fresco ou não. A maioria das pessoas com mau hálito não tem consciência disso, porque o cérebro se torna aclimatado ao cheiro pessoal.
De qualquer forma, existem maneiras de auto-diagnosticar o mau hálito. Comece com a língua. Qual a cor de sua língua? Segundo os médicos, uma língua rosa brilhante indica hálito fresco. Uma língua branca e de aparência escamosa pode indicar mau hálito.
Como as pessoas se habituam ao seu cheiro, checar sua própria respiração com as mãos em concha não é a melhor maneira de verificar a halitose. Em vez disso, lamber as costas da mão, deixar secar por alguns segundos, e depois sentir o cheiro da superfície é a melhor tática.
Os médicos explicam que o mau hálito não é um sinal de má higiene dentária. Não tem a ver com os dentes, e sim com a língua. A língua é como um tapete felpudo. Mais de 600 tipos de bactérias são encontradas na boca média, e muitas dessas bactérias ficam presas sob a superfície da língua e causam o mau hálito.
Combater essas bactérias não é tão difícil nem tão fácil. Uma estratégia-chave é manter-se hidratado. A boca seca é um terreno fértil para as bactérias. A saliva tem oxigênio, um inimigo natural das bactérias fétidas. Beber água e ou mastigar goma de mascar sem açúcar pode produzir saliva e, naturalmente, livrar-lhe do mau hálito.
Chicletes e gargarejos não são más idéias, mas são correções temporárias. Mascaram o cheiro, mas não matam as bactérias que causam o odor.
Cuidar da alimentação ajuda mais. Alguns alimentos podem provocar mau hálito, como alho, cebola, curry e peixes. Bebidas ácidas como cerveja, vinho, café e refrigerante também podem ser um gatilho. Elas contêm compostos que liberam o mau cheiro e são absorvidos pela corrente sanguínea. Limitar chocolates e doces é bom, pois o açúcar ajuda a bactéria a se reproduzir em sua boca, provocando o mau hálito.
E existem também os alimentos que corrigem o mau hálito. O chá verde tem propriedades anti-bacterianas que nocauteiam o fedor. Canela contém óleos essenciais que matam muitos tipos de bactérias orais. Comer frutas e legumes, como batata frita, aipo ou maçãs, oferece dois benefícios: mastigá-los produz mais saliva na boca, e a textura firme ajuda a afastar bactérias. Melões, bagas, laranjas e outros alimentos ricos em vitamina C ajudam a matar as bactérias naturalmente.
Se você modificar seu estilo de vida e hábitos alimentares e o mau hálito persistir, contate um médico. Os especialistas dizem que o mau hálito pode ser um sinal de uma doença mais grave. Em cerca de 10% dos casos, o mau hálito é um sintoma de sinusite crônica, infecção das vias respiratórias, doença do refluxo, doença do fígado e rim, câncer ou diabetes. Essas doenças podem liberar substâncias químicas no corpo que resultam em mau hálito.
Até por esse motivo é bom avisar as pessoas se elas têm mau hálito. A maioria delas não pode cheirar sua própria respiração, portanto, se você detectar o mau hálito de um amigo, você deve falar.
Apesar de desagradável para todos os envolvidos, é a coisa certa a fazer. Afinal, se você fosse a pessoa com mau hálito, não iria querer saber? Especialistas dizem que se manifestar faz parte de ter boas maneiras. Se as pessoas falam mal pelas costas, isso transforma em uma situação pior. Se você respeita a pessoa, é seu dever contá-la.
Eles sugerem duas abordagens. A primeira é sentar-se com seu amigo em um ambiente privado e ser direto. Comece a conversa dizendo-lhe que você acredita que há algo que ele gostaria de saber e que não tem certeza de que ele está ciente do problema.
Ou, se você sabe que a pessoa é sensível, seja mais cauteloso. Delicadamente levante a questão trazendo balas ou chicletes com você. Pegue um primeiro, e depois ofereça um a seu amigo. Se a pessoa não quiser, é aceitável dar uma “indireta”, simplesmente dizendo: “Eu acho que você deveria aceitar”.
As primeiras impressões, profissionais ou pessoais, são as que ficam. Então não deixe o mau hálito manchar sua imagem. Aproveite as dicas e mantenha as bactérias afastadas para ter um hálito fresco. [CNN]
http://hypescience.com

Pele em spray pode ser a solução para vítimas de queimaduras



Pele em spray pode ser a solução para vítimas de queimaduras


Esqueça os enxertos de pele, que demoram semanas para cicatrizar. A grande esperança para o tratamento de pacientes com queimaduras requer apenas uma hora, e vem em spray. A novidade é chamada de “pistola de pele”, um protótipo que, literalmente, borrifa células de pele nas vítimas, fazendo com que o tecido se recupere.
Os primeiros rumores sobre o spray começaram em 2008, mas não pensávamos que isso iria se tornar tão real, tão útil e tão fácil. A pistola funciona usando células-tronco da pele saudável do paciente, misturada com uma solução que possibilite um efeito de spray. Embora ainda esteja em fase experimental, o dispositivo já tratou com sucesso mais de uma dezena de vítimas de queimaduras.
O vídeo da National Geographic mostra como a pistola de pele pode ser utilizada, e a história de um paciente que se livrou completamente das suas queimaduras de segundo grau utilizando o spray.
Atenção: o vídeo possui algumas imagens de vítimas de queimaduras, não assista se você não tiver estômago para isso. [Gizmodo]

Antigamente





Antigamente

                                                        


Carlos Drummond de Andrade
100 anos: 1902-2002

 
Pra não dizer que não falei de prosa, aí está uma amostra do Drummond cronista, sempre de expressão elegante e bem-humorada.
Talvez você tenha dificuldade de alcançar o sentido de algumas expressões mais antigas. Boa parte delas foi traduzida no livro Seleta em Prosa e Verso, de Drummond (Ed. Record), organizado por Gilberto Mendonça Teles.

ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passasse a manta e azulava, dando às de vila-diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.

HAVIA OS QUE tomaram chá em criança, e, ao visitarem família da maior consideração, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente.” Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, ao que o Reverendíssimo correspondia: “Para sempre seja louvado.” E os eruditos, se alguém espirrava 
 sinal de defluxo  eram impelidos a exortar: “Dominus tecum”. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso metiam a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.

ANTIGAMENTE, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorro com lingüiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um cabrito, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, trazia novidades de baixo, ou seja, da Corte do Rio de Janeiro. Ele vinha dar dois dedos de prosa e deixar de presente ao dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais do que velhacos: eram grandessíssimos tratantes.

ACONTECIA o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.

MAS TUDO ISSO era antigamente, isto é, outrora.

http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond%20-%20assina.gif


Drummond: 100 anos
Carlos Machado, 2002
Carlos Drummond de Andrade
In Quadrante (1962), obra coletiva
Reproduzida em Caminhos de João Brandão
José Olympio, 1970
© Graña Drummond

Os Votos – Sergio Jockymann

Os Votos –
 Sergio Jockymann

(Circula na net com o título,”desejos”,como sendo do Victor Hugo)


“ Pois, desejo primeiro que você ame e que amando, seja também amado,
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo depois que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que, mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis,
E que em pelo menos um deles você possa confiar, que confiando, não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas
E que entre eles haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, não insubstituivelmente útil,
Mas razoavelmente útil. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé. Desejo ainda que você seja tolerante,
não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente,
E que essa tolerância não se transforme em aplauso nem em permissividade,
Para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais e que, sendo maduro,
não insista em rejuvenescer e que, sendo velho, não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo, por sinal, que você seja triste, mas não o ano todo,
nem em um mês e muito menos numa semana, mas apenas por um dia.
Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom,
o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo,
Talvez agora mesmo, mas se for impossível, amanhã de manhã,
que existem oprimidos, injustiçados e infelizes,
e que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.
E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão
e ouça pelo menos um joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal.
Porque assim você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
por mais ridícula que seja, e acompanhe o seu crescimento dia-a-dia,
para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano, você ponha uma porção dele na sua frente e diga:
Isso é meu. Só para que fique bem claro quem é dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal,
não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que esse frugalismo não impeça você de abusar quando o abuso se impõe.

Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você.
Mas que, se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.
Desejo, por fim, que sendo mulher você tenha um bom homem,
E que sendo homem, tenha uma boa mulher.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez,
E novamente, de agora até o próximo ano acabar,
E que quando estiverem exaustos e sorridentes,
ainda tenham amor para recomeçar.
E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar. ”

( Sergio Jockymann - 1978/*** )

                                             *************************************
IMPORTANTE: esta poesia, de autoria de Sergio Jockymann, publicada em 1980 no Jornal Folha da Tarde, de Porto Alegre-RS, circula na internet como sendo de autoria de Victor Hugo, e assim foi publicada originalmente em nosso portal, com o título 'Desejos'. Contactados pelo verdadeiro autor, com muito prazer desfazemos o equívoco, estabelecendo os créditos a quem de direito.
http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Politicos/B_SergioJockyman.htm

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