O Caso
Impression ante De Carly Fleischman n
A mente humana
ainda é o maior de todos os mistérios, mesmo para aqueles que dedicam toda a
vida ao seu estudo. Psiquiatras, psicanalistas e psicólogos quase nada sabem
realmente a seu respeito e trabalham muito mais baseados em hipóteses e dúvidas
do que em conhecimentos e
certezas. É impressionante verificar como os humanos podem saber tão pouco
sobre algo que eles mesmos possuem e usam diariamente: a sua mente.
Autismo é um
transtorno global do desenvolvimento. Trata-se de uma alteração comportamental
que afeta a capacidade de comunicação dos indivíduos. Algumas crianças,
apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas,
outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns
parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e
rígidos padrões de comportamento. Certos adultos autistas são capazes de ter
sucesso na carreira profissional. Porém os
problemas de comunicação e sociabilização frequentemente causam dificuldades em
muitas áreas das suas vidas.
Tratamento
O autismo é um
transtorno que nunca desaparece completamente, porém com os cuidados adequados
o indivíduo se torna cada vez mais adaptado socialmente. Intervenções
apropriadas iniciadas precocemente podem fazer com que alguns indivíduos
melhorem de tal forma que os traços da doença ficam imperceptíveis para aqueles
que não conheceram o desenvolvimento desses indivíduos.
O sucesso do
tratamento depende não só do empenho e qualificação dos profissionais
responsáveis, mas também dos estímulos feitos no ambiente familiar. Quanto mais
a família souber sobre o tratamento do autismo, melhor para o desenvolvimento
global dos pacientes – de modo geral, crianças.
O caso
impressionante
Carly Fleischmann era uma menina
autista, incapaz de se comunicar com o mundo exterior. Pelo menos isso era o
que se pensava a respeito dela, até que completou 11 anos da idade, quando algo
impressionante aconteceu. Algo realmente extraordinário, envolvendo uma
garota diagnosticada como deficiente mental. Uma coisa que pode ajudar a
esclarecer o mistério desse transtorno tão desafiador para a ciência humana.
Nascida em Toronto,
no Canadá, quando ela completou dois anos de idade, ficou claro que não
acompanhava o desenvolvimento da sua irmã gêmea. O pai de Carly, Arthur
Fleischmann, comentou: “Quando dizem a você que sua filha tem
um atraso mental e que, no máximo atingirá o desenvolvimento de uma criança de
seis anos, é como se você levasse um chute no estômago.” Ele e sua
esposa receberam o diagnóstico de autismo para Carly e esperaram pelo pior.
Desesperança
As duas filhas
gêmeas caminhavam em direções opostas. Os primeiros anos de Carly foram
terríveis. Parte desses atrasos mentais a impediam de andar e até de sentar. Carly
estava perdida em seu próprio mundo. Os pais faziam tudo o que podiam para
ampará-la. Desde os 3 anos, as terapias eram intensivas e sem interrupção. Eram
40 a 60 horas de terapia semanais. De três a quatro terapeutas trabalhavam com
a menina diariamente e, quando os pais não viam resultados em uma certa
abordagem terapêutica, logo procuravam outra. Eles nunca desistiram da filha,
pelo contrário, conversavam com ela, estimulavam-na, olhavam-na no fundo dos
olhos e diziam poder enxergar a inteligência dela.
Mas, se havia
realmente inteligência em Carly, como explicar do seu constante balançar, dos
braços agitados e das birras constantes? E ela não conseguia falar nada! Jamais
poderíamos esperar que ela tivesse comunicação com o mundo exterior. O perfil clínico
dela era o de uma criança com autismo severo e moderado retardo mental. Alguns
amigos diziam a Arthur: “Veja, você está gastando milhares de dólares
com todos esses tratamentos, sem nenhum resultado!” Era fácil pensar
que interná-la era a melhor alternativa. Mas Arthur insistia: “Como um
pai e uma mãe podem desistir da sua própria filha?”
O inesperado
Os progressos de
Carly, ao longo de meses e anos, eram lentos e frustrantes. Até que um dia,
quando ela tinha 11 anos, foi até o computador e fez algo totalmente
inesperado. Algo que quebrou para sempre o silêncio do seu mundo secreto. Ela
estava muito agitada e escreveu a palavra DOR. Em seguida escreveu AJUDA e
saiu correndo para vomitar no banheiro. Os pais de Carly perguntaram a uma das
terapeutas da menina o que ela achava do ocorrido. Ela respondeu que aquilo
demonstrava que havia muito mais coisas acontecendo na mente da garota do que
eles podiam imaginar. Para Arthur e sua esposa foi um momento extremamente
marcante. Eles nunca tinham ensinado palavras a Carly e muito menos a
digitá-las no computador. Eles mal podiam acreditar no que acontecera, pois ela
nunca tinha escrito nada antes.
Expectativa
Todos estavam
ansiosos e esperavam que ela voltasse a escrever alguma coisa no computador.
Mas Carly recusava-se a escrever novamente e exibia os mesmos comportamentos
estranhos que levavam a pensar em retardamento mental. Decidiram então adotar
uma estratégia: se Carly desejasse alguma coisa, teria que digitar no
computador, para conseguir. Se quisesse saber alguma coisa ou ir a algum lugar,
teria que digitar, sem a ajuda de ninguém. Meses depois, ela recomeçou a
escrever. Ela entendeu que, se comunicando, tinha poder sobre o ambiente que a
cercava. E as coisas que ela escrevia eram impressionantes! Por exemplo: “Sou
autista, mas isso não me define. Conheça-me, antes de me julgar. Sou bonita,
engraçada e gosto de me divertir. Ela explicava também os seus
comportamentos estranhos. Bater a cabeça, por exemplo. “Se eu não bater
a cabeça, parece que vou explodir”. Tento não fazer isso, mas não é como
apertar um botão ” –ela escreveu certo dia. “Eu sei o que é
certo e errado, mas é como se eu lutasse contra o meu cérebro o tempo todo.” Ela
não escondia seus desejos e frustrações: “Eu queria poder ir à escola
como uma criança normal, mas não quero que fiquem com medo de mim, se eu bater
na mesa ou gritar. Eu gostaria de apagar esse fogo dentro de mim” –
ela digitou.
Finalmente, alegria
Arthur ficou
radiante por poder, finalmente, se comunicar com a filha. Ele declarou: “Parei
de olhar para ela como uma pessoa incapaz e passei a vê-la como uma adolescente
sapeca!”. Junto da sua irmã gêmea, é fácil considerar Carly como
mentalmente comprometida, mas somente até perguntar alguma coisa a ela. Por
exemplo, uma das terapeutas lhe perguntou: “Por que os autistas tapam
os ouvidos, balançam as mãos e fazem sons estranhos?” Ela
respondeu imediatamente: Ӄ a nossa maneira de drenar a entrada
sensorial que nos sobrecarrega. Nós criamos ‘outputs’ (saídas) para bloquear
‘inputs’ (entradas de informações)” O cérebro de Carly se
sobrecarrega com sons, luzes, sabores e aromas. Ela explica: “Nossos
cérebros são conectados de forma
diferente. Nós absorvemos muitos sons e conversas ao mesmo tempo e isso, às
vezes incomoda. Eu tiro centenas de fotos de uma pessoa quando olho para ela.
Por isso, é difícil ficar olhando para alguém durante muito tempo.”
Coisas incríveis
Arthur diz: ”Nesses
dois anos em que temos nos comunicado com ela, ela nos disse coisas
impressionantes, coisas que nos deixam perplexos, tipo ‘Querido papai, adoro
quando você lê para mim. Sei que eu não sou a menina mais fácil de cuidar deste
mundo, mas você está sempre me dando força, Te amo.’ Eu perderia todas as
minhas noites de sono para ouvir isso, gastaria todo o nosso dinheiro
simplesmente para ouvir isso.” Alguém perguntou a Arthur o que foi
que Carly escreveu que mais o deixou emocionado. “Você não faz ideia
como é ser assim como eu. Eu queria que, pelo menos por um dia, você pudesse
ficar dentro do meu corpo.” – ele respondeu.
Atualmente, Carly
está escrevendo um romance, tem um blog, usa o twitter e
responde as perguntas de muitas pessoas. Ela agora sabe que tem uma voz que
pode ajudar outras crianças e olha para si mesma como alguém que pode marcar o
mundo e mudar muitas vidas. Ultimamente, ela postou a seguinte mensagem: “O
que posso dizer a todos é que NÃO DESISTAM. Suas vozes internas encontrarão
saída para tudo. A minha encontrou!”
Assista ao vídeo: http://youtu.be/M5MuuG-WQRk
Boa noite Zilda!
ResponderExcluirJá havia lido sobre ela... Realmente o cérebro é uma caixa de Pandora, muito ainda está por ser descoberto...
Tenha um fim de semana luz!
Bjooooooo
Valeu Bia.Bjsss
ExcluirQue relato mais impressionante e tocante, esse caso da jovem Fleischmann, Zilda. Também Helen Keller acabou superando bloqueios de comunicação impostos pela dupla condição de cegueira e surdez, tornando-se com o passar do tempo uma notável palestrante e escritora. Na biografia de Marie Curie feita pela filha, consta que ela aprendeu a ler por si mesma e sem aulas nem ajuda, muito cedo. Não era uma criança autista nem limitada por qualquer tipo de deficiência, apenas muito mais inteligente que a média. Pois é, somos todos aprendizes.
ResponderExcluirObrigada amigo pelo comentário e presença amiga.Bjss
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