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Sobre a mentalidade do brasileiro e as eleições


Sobre a mentalidade do brasileiro e as eleições



Carlos Alberto Ávila Araújo
Jornalista e Professor da UFMG
Há alguns anos, acho que todos vão se lembrar, no Rio de Janeiro, quatro rapazes de classe média alta estavam voltando de carro da “balada”, bastante animados com a farra, quando viram uma mulher parada num ponto de ônibus. Pararam o carro, desceram e começaram a se divertir batendo nela. A moça resolveu prestar queixa na delegacia, e disse que era uma empregada doméstica. Os rapazes foram convocados a depor. Em sua defesa, alegaram que não tiveram a intenção de agredir uma doméstica – eles pensavam que era uma prostituta.
Até aí já teríamos elementos suficientes para uma grande discussão. O que leva mauricinhos de “boas famílias”, que tiveram "de tudo", a sentir prazer em espancar uma pessoa? E o que leva a pensar que, se fosse uma prostituta, tudo bem, prostitutas são seres humanos que merecem apanhar?
Para piorar, vieram os pais, empresários, com seus carrões dirigidos por motoristas particulares, chegando na delegacia com seus advogados cheios de termos técnicos. Um dos pais não parava de dizer que seria um absurdo colocar aqueles jovens, de boas famílias, de berço, que faziam faculdade, na prisão, junto com os marginais. Iria acabar com a vida dos coitados. Só porque bateram numa empregadinha qualquer...
O que está em jogo aí? Muito mais do que a ação de jovenzinhos ricos cujo prazer é bater nos outros, de preferência mulheres, sozinhas, e pobres, e sabendo que serão protegidos pelo dinheiro dos pais. Estão em jogo os valores das pessoas, as mentalidades. Gente que acha que existem seres humanos melhores que outros. Que nas favelas estão os marginais que merecem a prisão. E nas “boas famílias” da gente “bacana” estão pessoas de bem, de berço, que vão à missa e até fazem caridade, e que infelizmente de vez em quando cometem um deslizezinho ou outro, como espancar domésticas ou (se lembram disso?) queimar índios e se defender dizendo que achavam que eram mendigos.
Pois agora, em época de eleição, vivemos novamente um choque de valores, de mentalidades. Está em jogo muito mais do que a escolha de um ou outro candidato. Vemos isso não tanto pelas propostas dos próprios candidatos – mas pelos spams e correntes espalhados pelos eleitores na internet e os argumentos usados para a decisão do voto.
Vamos a eles. O primeiro, mais importante, são os vários e-mails que falam de Lula como o analfabeto, o ignorante, que nem sabe falar direito. Tais críticas são o espelho perfeito do pai do mauricinho que escapou da prisão. Trata-se de um pensamento que considera um absurdo que uma pessoa pobre, que veio do nordeste, que foi operário, ocupe a presidência do país. É o típico pensamento daqueles que dizem que não são racistas, e justificam dizendo que tratam muito bem o porteiro, a empregada doméstica. Tratam muito bem, sim, desde que eles fiquem no lugar deles – nada de tentar fazer faculdade, de tentar conseguir um emprego melhor, quererem ser chefes. Em suma: a ideia de que existem seres humanos melhores do que outros, independente dos seus atos.
Segundo: gente que diz que Dilma é terrorista. Bem, quem diz isso deve conhecer muito pouco de história. Sabem quem mais já foi definido como “terrorista”? Mandela! Podem conferir na wikipedia. Gandhi! Se a palavra existisse antes, provavelmente os romanos teriam chamado Jesus de terrorista também. Por outro lado, sabem quem já foi denominado “inimigo dos terroristas”? George Bush! Os ditadores militares que ocuparam a presidência do Brasil e de outros países da América Latina e instituíram a tortura como prática comum. Até Hitler! Ou seja, ao vermos alguém ser chamado de “terrorista”, é importante saber quem está chamando e o que realmente a pessoa fez. O regime vergonhoso do Apartheid identificou como terrorista um homem que lutou pela igualdade, justiça e paz. O mesmo fez a ditadura brasileira com os militantes que lutavam por um outro Brasil.
Mais um? O pessoal que agora inventou uma corrente a favor da liberdade de imprensa. Tenha dó! Quer dizer que alguém acha que vivemos numa plena liberdade de imprensa, em que algumas poucas famílias são donas das emissoras de TV, rádios, jornais e revistas? Os jornalistas todos sabem que, dentro das redações, é proibido dizer certas coisas, ferir interesses dos anunciantes, denunciar a corrupção de certas empresas... Essa semana tivemos um bom exemplo. A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida do Estado de São Paulo após escrever um texto em que apontava pontos positivos do Bolsa Família.
Na verdade, o que vem ocorrendo é o contrário. Nunca houve tanta liberdade de imprensa, para se denunciar e divulgar atos corruptos. É tão engraçado ver as pessoas falando de mensalão como se fosse uma razão para não votar no PT. Esquecem que o tal mensalão teve origem no PSDB de Minas com o Eduardo Azeredo. E mais: alguém acha mesmo que antes não havia corrupção e só agora é que há funcionários do governo e políticos corruptos? Por favor! Na época da ditadura a corrupção andava solta, só que ninguém podia divulgar nada. E mesmo agora. O Estado de São Paulo se declarou, num editorial, a favor de Serra. Alguém acha que esse jornal tem interesse em divulgar fatos contrários ao interesse do PSDB? Pior faz a Veja, que posa de “imparcial” e tem uma equipe de redatores que reescreve todas as matérias, eliminando qualquer coisa que possa ser positiva para o governo Lula ou o PT. Na Veja, até eclipse solar é culpa do PT! Grande liberdade de imprensa...

Algumas pessoas, nessa época de eleição, alegam que querem argumentar. Pois vamos argumentar! Vamos comparar os indicadores da economia, da educação, da saúde, da distribuição de renda, da estabilidade do Brasil e sua visibilidade no exterior. Em tudo isso, o governo Lula vence o de FHC. Aí começam a aparecer esses outros argumentos: que Lula é analfabeto, Dilma é terrorista e lésbica, só no governo Lula houve corrupção e a liberdade de imprensa está para acabar. Não são argumentos relacionados com competência para conduzir um país nem com propostas de governo. Antes, são manifestações do mesmo tipo de mentalidade de quem acha que os coitados dos meninos de classe média alta não podem agora perder a vida só porque exageraram um pouquinho e espancaram uma doméstica. Uma doméstica! Foi mal! Era para ser uma prostituta. Dá um dinheirinho para ela para compensar e a coisa morre aqui...


(Em resposta aos vários e-mails que tenho recebido com pedidos para não votar em Dilma (e piadinhas “inocentes” sobre Lula e o PT)
 

Primeiro tratamento com células-tronco embrionárias é iniciado

Primeiro tratamento com células-tronco embrionárias é iniciado

A ciência médica da humanidade deu um dos maiores de salto de sua história quando, no último dia 11, uma pessoa com lesões na medula espinhal se tornou o primeiro paciente a receber um tratamento a base de células-tronco embrionárias. Trata-se de um paciente de Atlanta (Geórgia, EUA), de nome, sexo e idade ainda não revelados, que havia ficado paraplégico após um acidente.
Vamos evitar uma confusão comum. Este referido paciente será o primeiro a ser tratado com as células-tronco de embriões. Muitas pessoas já haviam sido tratadas com células-tronco originárias de tecidos adultos, como a própria medula óssea, desde 2005. Mas o uso de células de embriões é uma grande conquista.
Uma das principais oposições às células tronco de embriões é justamente a forma como elas são obtidas. Para um procedimento destes, obviamente é necessário destruir um embrião humano, e os grupos anti-aborto mais estritos se posicionam contra essa postura. Os defensores, por sua vez, apontam que as células têm um enorme potencial para o tratamento de doenças e regeneração de tecidos, e o benefício supera de longe os efeitos negativos. Em 1995, uma grande briga judicial tomou conta dos Estados Unidos a respeito da legitimidade de se usar ou não embriões humanos em experiências científicas. No fim, venceu a legalização do procedimento, e embriões têm sido usados desde então.
O paciente de Atlanta é parte de um projeto em grande parte experimental. Cirurgiões injetaram milhões de células embrionárias no local da lesão de sua coluna, através de uma agulha fina. Após isso, foi preciso esperar o crescimento das células que estimulam a formação do nervo e dos tecidos de revestimento. Ratos feridos, tratados com as células-tronco, recuperaram alguma mobilidade cerca de um mês após o tratamento. Com humanos, esse valor ainda é desconhecido.
Obviamente que, devido a razões de segurança, o projeto das células-tronco não corre na velocidade que alguns gostariam. A esperança a longo prazo é que estas células embrionárias ajudem o paciente a superar a paralisia resultante da lesão, mas o objetivo primário do estudo é o tratamento é seguro. O último empecilho à execução do tratamento havia acontecido em agosto de 2009, quando a cirurgia foi barrada porque causava alguns cistos nos animais testados.Um ano depois, foi anunciada a superação definitiva deste problema. Agora, este projeto parece finalmente apto a ser aplicado em pessoas. Os resultados disso, a partir desse momento, serão uma novidade para a medicina. [New Scientist]
HYPE SYCIENCE

FREI BETO:DILMA E A FÉ CRISTÃ

Frei Betto: Dilma e a fé Cristã

Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã.


Por frei Betto
Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte.

Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.

Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.

Nada tinha de marxista ateia.

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de abortista ou contrária aos princípios evangélicos.

Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.

Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.

Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica.

Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que a árvore se conhece pelos frutos, como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.

Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto.

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

Publicado no Tendências & Debates da Folha de S.Paulo


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MANIFESTO SEGUNDO TURNO
PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO


Os resultados da eleição do dia 3 de outubro são uma grande vitória do
povo brasileiro.
Dilma Rousseff e Michel Temer obtiveram mais de 47 milhões de votos,
patamar semelhante aos de Lula nos primeiros turnos das eleições de 2002
e 2006.
Os Partidos que integram a coligação vitoriosa elegeram 11 governadores
e disputam o segundo turno em 10 outros estados.
Com mais de 350 deputados, sobre 513, entre aliados e coligados, o
próximo Governo terá a maioria da Câmara Federal. Será também
majoritário no Senado, com mais de 50 senadores. Terá, pelo menos, 734
deputados estaduais.
Estão reunidas, assim, todas as condições para a vitória definitiva em 31 de
outubro.
Para tanto, é necessário clareza política e capacidade de mobilização.
A candidatura da oposição encontra-se mergulhada em contradições.
Tentam atrair os verdes, mas não podem tirar o velho e conservador DEM
de seu palanque. Denuncia “aparelhismos”, mas já está barganhando
cargos em um possível ministério. Proclama-se democrata, mas persegue
jornalistas e censura pesquisas. Seus partidários tentam sair dessa situação
por meio de uma série de manobras que buscam confundir o debate
político nacional. Espalham mentiras e acusações infundadas
Mas o que está em jogo hoje no país é o confronto entre dois projetos.
De um lado, o Brasil do passado, da paralisia econômica, do gigantesco
endividamento interno, mas também da dívida externa e da submissão ao
FMI. O Brasil que quase foi à falência nas crises mundiais de 95, 97 e 98.
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O Brasil de uma carga tributária que saltou de 27% para 35% do PIB. O Brasil
dos apagões, e do sucateamento da infraestrutura. O Brasil da privataria,
que torrou nossas empresas públicas por 100 bilhões de dólares e conseguiu
a proeza de dobrar nossa dívida pública. E já estão anunciando novas
privatizações, dentre elas a do Pré Sal.
O Brasil do passado, do Governo FHC, que nosso adversário integrou, é o
país que não soube enfrentar efetivamente a desigualdade social e não
tinha vergonha de afirmar que uma parte da população brasileira era
“inempregável”. Portanto, o Brasil do desemprego.
Era o Brasil do desmonte do Estado e da perseguição aos funcionários.
Era o Brasil das universidades à beira do colapso e da proibição do
Governo Federal de custear escolas técnicas.
Mas, sobretudo, era o país da desesperança, de governantes de costas
para seus vizinhos da América Latina, cabisbaixos diante das potências
estrangeiras em cujos aeroportos se humilhavam tirando os sapatos.
Em oito anos o Brasil começou a mudar. Uma grande transformação se
iniciou e deverá continuar e aprofundar-se no Governo Dilma.
O Brasil de Lula, hoje, e o de Dilma, amanhã, é e será o país do crescimento
acelerado que gera cada vez mais emprego e renda. Mas um país que
cresce porque distribui renda. Que retirou 28 milhões de homens e mulheres
da pobreza. Que possibilitou a ascensão social de 36 milhões de brasileiros.
Que criou mais de 14 milhões de empregos formais. Que expandiu o
crédito, sobretudo para os de baixa renda. Que fez crescer sete vezes os
recursos para a agricultura familiar. E que fez tudo isso sem inflação ou
ameaça dela. O Brasil de Lula e de Dilma é o país que possui uma das mais
baixas dívidas internas do mundo. Que deixou de ser devedor
internacional, passando à condição de credor. Que não é mais servo do
FMI. É o país que enfrentou com tranquilidade a mais grave crise
econômica mundial. Foi o último a sofrer seus efeitos e o primeiro a sair
dela.
Dilma continuará a reconstruir e fortalecer o Estado e a valorizar o
funcionalismo. O Brasil de Lula e de Dilma está reconstruindo
aceleradamente sua infraestrutura energética, seus portos e ferrovias. É o
Brasil do PAC. O Brasil do Pré Sal. O Brasil do Bolsa Família. É o Brasil do
Minha Casa, Minha Vida, que vai continuar enfrentando o problema da
moradia, sobretudo para as famílias de baixa renda.
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Nosso desenvolvimento continuará sendo ambientalmente equilibrado,
como demonstram os êxitos que tivemos no combate ao desmatamento e
na construção de alternativas energéticas limpas. Manteremos essa
posição nos debates internacionais sobre a mudança do clima.
No Brasil de Lula e de Dilma foi aprovado o FUNDEB que propiciou melhoria
salarial aos professores da educação básica. É o país onde os salários dos
professores universitários tiveram considerável elevação. Onde se criaram
14 novas universidades federais e 124 extensões universitárias. Onde mais
de 700 mil estudantes carentes foram beneficiados com as bolsas de
estudo do Prouni e 214 Escolas Técnicas Federais foram criadas. Onde 40
bilhões de reais foram investidos em ciência e tecnologia. Esse Brasil
continuará a desenvolver-se porque o Governo Dilma cuidará da préescola
à pós-graduação e fará da educação de qualidade o centro de
suas preocupações. O Brasil de Dilma continuará dando proteção à
maternidade e protegendo, com políticas públicas, as mulheres da
violência doméstica. Será o Brasil que dará prosseguimento às políticas de
promoção da igualdade racial.
Os alicerces de um grande Brasil foram criados. Mais que isso, muitas das
paredes desta nova casa já estão erguidas.
A obra não vai parar.
Vamos prosseguir no esforço de dar saúde de qualidade com mais UPAS,
Samu, Brasil Sorridente, Médicos de Família.
Vamos continuar o grande trabalho de garantir a segurança de todos os
brasileiros, com repressão ao crime organizado e controle das fronteiras,
mas, sobretudo, com respeito aos direitos humanos, ações sociais e a
participação da sociedade como vêm acontecendo com as UPP.
Vamos continuar a ser um país soberano, solidário com seus vizinhos. Um
país que luta pela paz no mundo, pela democracia, pelo respeito aos
direitos humanos. Um país que luta por uma nova ordem econômica e
política mundial mais justa e equilibrada.
Os brasileiros continuarão a ter orgulho de seu país.
Mas, sobretudo, queremos aprofundar nossa democracia. A grande vitória
que a coligação PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO obteve nas eleições
para o Congresso Nacional permitirá que Dilma Rousseff tenha uma sólida
base de sustentação parlamentar.
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Diferentemente do que ocorreu entre 1995 e 2002, a nova maioria no
Congresso não é resultado de acordos pós-eleitorais. Ela é o resultado da
vontade popular expressa nas urnas. Essa maioria não será instrumento
para esmagar as oposições, como no passado. Queremos um Brasil unido
em sua diversidade política, étnica, cultural e religiosa.
Por essa razão repudiamos aqueles que querem explorar cinicamente a
religiosidade do povo brasileiro para fins eleitorais. Isso é um desrespeito às
distintas confissões religiosas. Tentar introduzir o ódio entre as comunidades
religiosas é um crime. Viola as melhores tradições de tolerância do povo
brasileiro, que são admiradas em todo o mundo.
O Brasil republicano é um Estado laico que respeita todas as convicções
religiosas. Não permitiremos que nos tentem dividir.
O Brasil de Dilma, assim como o de Lula, é e será uma terra de liberdade,
onde todos poderão, sem qualquer tipo de censura, expressar suas idéias e
convicções.
Será o Brasil que se ocupará de forma prioritária das crianças e dos jovens,
abrindo-lhes as portas do futuro. Por essa razão dará ênfase à educação e
à cultura.
Mas será também um país que cuidará de seus idosos, de suas condições
de vida, de sua saúde e de sua dignidade.
Sabemos que os milhões que estiveram conosco até agora serão muitos
mais amanhã.
Para dar continuidade a essa construção iniciada em 2003 convocamos
todos os homens e mulheres deste país. A hora é de mobilização. É
importante que nas ruas, nas escolas, nas fábricas e no campo a voz da
mudança se faça ouvir mais fortemente do que a voz do atraso, da
calúnia, do preconceito, da mentira, dos privilégios.
À luta, até a vitória
.
Brasília, 07 de outubro de 2010.
Coligação Para o Brasil Seguir Mudando

Marina,... você se pintou?

Marina,... você se pintou?

por Maurício Abdalla [1]

Marina, morena Marina, você se pintou diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o grito da Terra e o grito dos pobres , como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as famiglias que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz . Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. Azul tucano . Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a vitória da Marina . Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
Marina, você faça tudo, mas faça o favor : não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você tanto faz . Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele .
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu .
[1] Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.

Laptops no colo podem causar 'síndrome da pele queimada', aponta estudo suíço - O Globo Online

Laptops no colo podem causar 'síndrome da pele queimada', aponta estudo suíço - O Globo Online

Menina enxerga pela primeira vez após receber células-tronco

Menina enxerga pela primeira vez após receber células-tronco
Simone Tinti

A inglesa Dakota Clarke, de 2 anos, tinha uma deficiência rara no nervo ótico. O tratamento, que aconteceu na China, é criticado por muitos médicos
Nesta semana, uma notícia voltou a chamar novamente a atenção para o uso de células-tronco. Dakota Clarke, uma garota inglesa de 2 anos, passou a enxergar após passar por um tratamento na China. Cega de nascença, ela tinha uma deficiência rara no nervo ótico e, após a terapia com células de cordão umbilical, as quais foram injetadas em sua corrente sanguínea, começou a ver formas e cores de objetos.

De acordo com notícia da BBC, o tratamento custou cerca de 40 mil dólares e foi feito pela empresa americana de biotecnologia Beike Biotech, que atua em 24 hospitais chineses. Para conseguir o dinheiro, os pais de Dakota, Darren e Wilma, arrecadaram doações. Eles mantêm um blog sobre a história da filha e acreditam que o tratamento tem funcionado como “milagre”.

O método usado para tratar Dakota é chamado de IV. Segundo o jornal britânico Daily Telegraph, o IV é alvo de críticas de muitos médicos e considerado ainda experimental. O jornal informa que apenas 15 pessoas até agora receberam esse tratamento. O diretor de comunicação da Beike Biotech, John Hakim, declarou que a própria empresa não acreditava que o método seria capaz de realizar tantos benefícios e que o uso do método será repensado a partir de agora.

Para Salmo Raskin, presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica, o caso causa estranheza do ponto de vista científico. “Na ciência, estamos acostumados a ver as coisas caminharem mais lentamente, após anos de estudos. E esse tratamento aconteceu muito rapidamente. Não há publicações científicas sobre esse uso específico das células-tronco. Tudo ainda é muito novo nessa área”, diz. Ele também chama atenção para o fato da empresa, apesar de ser americana, ter parcerias apenas na China, onde as normas são menos rígidas. “A impressão é de que o estudo ainda está na fase experimental”, afirma.

(Revista Crescer)


The Independent Para jornal inglês, Dilma enfrenta o “enfadonho”

The Independent

Para jornal inglês, Dilma enfrenta o “enfadonho”


A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.
Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff irá se tornar mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.
Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa uma vez tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.
A senhora Rousseff, a filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% – sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.
Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.
Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.
Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.
Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamaram “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.
A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.
Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.
Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.
Ela tinha mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.
Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a popularidade da candidata.
A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.

Tradução: Katarina Peixoto

 

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