Por que dizer não à
medicalização da Educação

Pediatras
americanos afirmam que a solução para o baixo rendimento escolar e a
indisciplina é medicar todas as crianças. Entenda o que está por trás dessa
medida
Marília de Lucca (novaescola@atleitor.com.br) (apuração) Editado por Elisa
Meirelles
Um médico americano foi notícia
recentemente ao propor que todas as crianças com problemas de comportamento e
baixo rendimento escolar tomassem remédios indicados para o tratamento do
Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDAH), mesmo que
sem terem sido diagnosticadas com o transtorno. Por mais absurda que a teoria
seja, já está se formando uma corrente de profissionais que acreditam nela e o
tema tem ganho espaço dentro e fora dos Estados Unidos.
Quem apoia a medida argumenta que o esforço e o investimento na Educação das crianças são ineficientes, muito trabalhosos ou excessivamente custosos. A saída mais prática e rápida, então, é usar medicamentos que, alterando a atividade neuroquímica dos estudantes, controlem suas atitudes e domem seus impulsos.
Quem apoia a medida argumenta que o esforço e o investimento na Educação das crianças são ineficientes, muito trabalhosos ou excessivamente custosos. A saída mais prática e rápida, então, é usar medicamentos que, alterando a atividade neuroquímica dos estudantes, controlem suas atitudes e domem seus impulsos.

Por trás dessa atitude descabida está
a discussão sobre o que são problemas de comportamento - que podem e devem ser
debatidos dentro da escola - e o que são questões médicas, que demandam
acompanhamento profissional e, em alguns casos, o uso de medicamentos.
Nem toda criança agitada ou que não se concentra em classe é hiperativa ou tem déficit de atenção. Muito pelo contrário. Na maioria dos casos, trata-se de características comuns a essa etapa da vida. O entusiasmo, a vontade de se fazer presente no mundo, a energia que precisa ser aplicada em experimentações e brincadeiras fazem parte da aquisição de conhecimento. É papel dos pais e das instituições de ensino prover às crianças momentos apropriados para correr, gritar, conversar, fazer bagunça. Elas precisam de situações em que descansem a mente e cansem o corpo para que, quando chegar a hora de ter concentração para aprender, isso não seja maçante e sofrível.
Quando se nota que grande parte de uma turma está inquieta, improdutiva ou indisciplinada, mais do que ir atrás de remédios, é hora de repensar a maneira como as aulas estão sendo organizadas. Uma sugestão para entender as dificuldades e necessidades dos alunos é abrir um espaço de diálogo. Com isso, sugestões interessantes sobre a disposição do horário das atividades, os assuntos de interesse da maioria da classe e as maneiras de abordá-los podem ser colocadas em debate. A abertura faz com que as crianças entendam que têm voz e de que são diretamente responsáveis por seu processo de aprendizagem.
É importante, também, que a escola propicie reuniões entre os docentes e com especialistas em psicopedagogia para esclarecer dúvidas dos professores com relação à indisciplina. Atitudes como essa ajudam a fortalecer a relação aluno-professor por meio da aproximação e do respeito.
Isso não quer dizer, é claro, que não existam crianças que precisam de apoio médico. Com uma análise cuidadosa da turma - aliada a conversas com as famílias -, é possível identificar quem tem mais dificuldade de concentração e avaliar se é uma questão de disciplina ou se pode ser algo a mais. Geralmente, as crianças que apresentam TDAH não são hiperativas apenas durante as aulas, mas em outros ambientes e durante o sono. O estímulo do cérebro nunca para. Assim, ela dorme mal, tem pesadelos, cai da cama. Se houver a desconfiança, é hora de procurar ajuda profissional.
Nem toda criança agitada ou que não se concentra em classe é hiperativa ou tem déficit de atenção. Muito pelo contrário. Na maioria dos casos, trata-se de características comuns a essa etapa da vida. O entusiasmo, a vontade de se fazer presente no mundo, a energia que precisa ser aplicada em experimentações e brincadeiras fazem parte da aquisição de conhecimento. É papel dos pais e das instituições de ensino prover às crianças momentos apropriados para correr, gritar, conversar, fazer bagunça. Elas precisam de situações em que descansem a mente e cansem o corpo para que, quando chegar a hora de ter concentração para aprender, isso não seja maçante e sofrível.
Quando se nota que grande parte de uma turma está inquieta, improdutiva ou indisciplinada, mais do que ir atrás de remédios, é hora de repensar a maneira como as aulas estão sendo organizadas. Uma sugestão para entender as dificuldades e necessidades dos alunos é abrir um espaço de diálogo. Com isso, sugestões interessantes sobre a disposição do horário das atividades, os assuntos de interesse da maioria da classe e as maneiras de abordá-los podem ser colocadas em debate. A abertura faz com que as crianças entendam que têm voz e de que são diretamente responsáveis por seu processo de aprendizagem.
É importante, também, que a escola propicie reuniões entre os docentes e com especialistas em psicopedagogia para esclarecer dúvidas dos professores com relação à indisciplina. Atitudes como essa ajudam a fortalecer a relação aluno-professor por meio da aproximação e do respeito.
Isso não quer dizer, é claro, que não existam crianças que precisam de apoio médico. Com uma análise cuidadosa da turma - aliada a conversas com as famílias -, é possível identificar quem tem mais dificuldade de concentração e avaliar se é uma questão de disciplina ou se pode ser algo a mais. Geralmente, as crianças que apresentam TDAH não são hiperativas apenas durante as aulas, mas em outros ambientes e durante o sono. O estímulo do cérebro nunca para. Assim, ela dorme mal, tem pesadelos, cai da cama. Se houver a desconfiança, é hora de procurar ajuda profissional.
Os riscos de medicar
indiscriminadamente as crianças
Não se pode, em hipótese alguma, dar
remédio a alguém sem um diagnóstico claro. O TDAH só pode ser atestado por um
médico, após avaliar a criança e conversar com professores e familiares. A
análise deve ser criteriosa. Não se pode acreditar em um profissional que faz
um check-list do aluno em poucos minutos e ele já sai com uma receita de
remédio tarja preta. É preciso que psiquiatras, pediatras, professores e pais
enxerguem que a saúde dos estudantes está nas mãos deles.

Medicar as crianças indiscriminadamente, como está sendo proposto nos Estados Unidos, é uma irresponsabilidade. Um remédio errado, tomado por um período extenso, pode afetar física e mentalmente os pacientes. No caso do medicamento para TDAH, que é um neuroestimulante, é possível que a pessoa tenha alternações no desenvolvimento da concentração, do foco e da disciplina. O resultado pode ser uma dependência, não química, mas social de remédios para que o indivíduo se mantenha controlado e comportado.
Medicar as crianças indiscriminadamente, como está sendo proposto nos Estados Unidos, é uma irresponsabilidade. Um remédio errado, tomado por um período extenso, pode afetar física e mentalmente os pacientes. No caso do medicamento para TDAH, que é um neuroestimulante, é possível que a pessoa tenha alternações no desenvolvimento da concentração, do foco e da disciplina. O resultado pode ser uma dependência, não química, mas social de remédios para que o indivíduo se mantenha controlado e comportado.
Vale lembrar ainda que a escola não
trabalha com laudos, mas com alunos. Não é aceitável basear-se em um laudo
médico para ensinar mais ou menos a uma criança. Todos têm direito à Educação e
quem precisa da ajuda de um medicamento não pode ser taxado como "aquele
garoto ou garota que toma remédios e que, portanto, não é capaz de
aprender".
Absurdo isso, né? Onde se viu sair medicando assim...
ResponderExcluirMuito interessante este post!
Já compartilhando.
Bjks, Rita De Carli
Obrigada Rita.Bjss
ExcluirAo chegar ao seu blog fiquei encantado por aquilo que encontrei aqui, demorei um pouco ver e ler algumas coisas, e posso dizer que seu blog está feito com bom gosto, dou-lhe os parabéns, espero vir aqui mais vezes, desejo que continue com boa imaginação, dando-nos sempre boas mensagens. Tenho um blog , O Peregrino e Servo, é um blog evangélico, mas também tem poesia culinária e mais algumas coisas. Se desejar visitar meu blog ficarei radiante.
ResponderExcluirDeixo as minhas saúdações , e a paz de Deus para sua vida.
Ps. Se seguir eu queria deixar um conselho, só sigo os blogs que consigo encontrar. Por isso se deseja que eu siga seu blog, é melhor deixar forma de encontrar o seu blog.
António.
Obrigada pelo comentário e pela visita.Volte sempre...
ResponderExcluirPior que é verdade é mais fácil dizer que tem difíce de atenção e medicar do que cuidar....
ResponderExcluirBeijo Lisette.
Obrigada Lisette.Bjs na alma.
ExcluirOlá, querida Zilda
ExcluirSempre gostei de trabalhar com quem tem algum tipo de dificuldade... precisam só de atenção e carinho... aprendem SIM...
Bjs de paz
Obrigada Rosélia.Bjsss
ExcluirZilda
ResponderExcluiro assunto é prá lá de polêmico.
Tenho uma criança com um possível diagnóstico de TDAH, eu tenho um diagnóstico de toc e tdah e se meu esposo fosse ao psiquiatra poderia sair de lá com um laudo também
O fato é que viver dá trabalho.
Educar dá trabalho.
Dar aula pra uma sala de 30 a 40 alunos é muiiiito trabalhoso.
E tomar um comprimido é fácil.
Só que só o comprimido não resolve quase nada.
Talvez, muito mais da metade das pessoas que tomam remédios poderiam viver com muito mais qualidade de vida, se fizessem outros tipos de intervenções pra suas dificuldades: como atividades físicas, atividades lúdicas, atividades sociais que visam o bem ao próximo.
Você sabe das minhas tantas dificuldades e confesso: estou fazendo um esforço pra me livrar dos medicamentos (já tem quase 3 meses que não os tomo, e também optamos por não dá-los ao meu filho) e nem por isso ele e eu ficamos piores.
Mas, tomar remédio é mais fácil pra todo mundo... E dá lucro. E para alguns dá a sensação de que está tudo sob controle.
Excelente texto.
Grande abraço amiguinha
Grata Liliane.Grande beijo.
ExcluirPara o mundo, vc pode ser mais uma pessoa, mas para uma pessoa vc pode ser o mundo dele.
ResponderExcluirTenha uma quarta-feira abençoada, filha do Senhor.
Bju
Toninha
Grta amiga.Bjs na alma.
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