18
jun
2010
Morre Saramago...
18/06/2010 09h19
Morre, aos 87 anos, o escritor português José Saramago
Autor de 'Ensaio sobre a cegueira' era vencedor do Prêmio Nobel.
Nota em seu site fala 'múltipla falha orgânica após prolongada doença'.
Nota em seu site fala 'múltipla falha orgânica após prolongada doença'.
o G1, com agências internacionais
O escritor português José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, nesta sexta-feira (18). A informação foi divulgada pela família do escritor de "Ensaio sobre a cegueira" e confirmada em seu site oficial.
"Hoje, sexta-feira, 18 de junho, José Saramago faleceu às 12h30 horas [horário local] na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila", diz uma nota assinada pela Fundação José Saramago e publicada na página do escritor na internet.
O autor de "O evangelho segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a cegueira" vivia em Lanzarote desde 1993 com sua esposa, a jornalista Pilar del Río. Nos últimos anos foi hospitalizado em várias oportunidades, principalmente devido a problemas respiratórios.
Expoente da literatura mundial
O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.
O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.
O autor era tido como o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX e uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época. Em 1997, escreveu a introdução para o livro de fotos "Terra", em que o fotógrafo Sebastião Salgado retratava a rotina do movimento dos sem-terra no Brasil.
Entre seus livros mais conhecidos estão "O Evangelho segundo Jesus Cristo", "A balsa de pedra" e "A viagem do elefante". O mais recente romance publicado pelo escritor foi "Caim", de 2009. Seu estilo de escrita era caracterizado pelos parágrafos muito longos e escassez de pontuações.
"Ensaio sobre a cegueira", que conta a história de uma epidemia branca que cega as pessoas, metáfora da cegueira social, foi levado às telas em um produção hollywoodiana filmada pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles (de "Cidade de Deus") em 2008. O autor, normalmente avesso a adaptações de suas obras, aprovou o trabalho de Meirelles.
No mesmo ano, uma exposição sobre o trabalho de Saramago foi exibida no Brasil. "José Saramago: a consistência dos sonhos" trazia cerca de 500 documentos originais e outros tantos digitalizados, reunidos em um formato que, misturando o tradicional e a tecnologia moderna, levavam o visitante a uma agradável e rara viagem pela vida e pela obra do escritor português.
Foto:AFP
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16
jun
2010
Garotas que bebem
Garotas que bebem
16/06/2010 - 09:43 - ATUALIZADO EM 16/06/2010 - 17:44
Elas são divertidas, mas até que ponto?
IVAN MARTINS
Deve ser coincidência, mas quase todo mundo ao meu redor bebe bastante. Pelas estatísticas do Ministério da Saúde, que considera cinco doses de bebida na mesma ocasião um abuso, (quatro doses, se for mulher) vivo cercado de gente que abusa: mensalmente, semanalmente e até diariamente. Eu mesmo não escapo dessa estatística de excesso.
Por quê? Há várias explicações para isso, mas a melhor delas é social. Somos um país de beberrões. Ontem a seleção brasileira jogou no meio da tarde e a balada grã fina ao lado da minha casa rolou até 10 da noite. Tenho certeza de que o pessoal não tomou chá de camomila. Era terça-feira, mas e daí? Temos o hábito de encher a cara hoje e lidar com o problema amanhã.
Outra explicação, de natureza mais íntima, liga o álcool e as drogas em geral às nossas inquietações. Bebemos para conter a ansiedade criada por uma sociedade competitiva, para debelar o estresse do nosso cotidiano, para espantar a angústia e a solidão. Bebemos, assim como cheiramos e fumamos, porque somos frágeis e precisamos prazer. As drogas são nossa fonte fácil de prazer.
A rigor, não há novidade nisso. No século 17, quando a invenção do gim barateou a embriaguez, criou-se do dia para a noite um exército europeu de alcoólatras. Sabe-se, desde então, que na ausência de regras e na abundância de aflições as pessoas podem beber até morrer. Como a sociedade brasileira é uma das mais permissivas do mundo, e não nos faltam problemas escabrosos, é natural que a turma beba até cair, como faz.
O que há de novo nessa história é a presença das mulheres no balcão. Elas parecem estar bebendo como nunca. No meu círculo de convívio, boa parte das mulheres bebe como homem, na quantidade e na freqüência. Bebem vários dias por semana, bebem muito a cada vez que bebem e vêm fazendo isso há anos – desde a universidade, por exemplo.
Pelas estatísticas do Ministério da Saúde, elas ainda não são páreo para os homens. Na cidade de São Paulo, o percentual de mulheres que admite abusar de bebidas (isto é, ter tomado mais de quatro doses em alguma ocasião, nos últimos 30 dias) é três vezes menor do que o de homens. São 21% contra 7%. Os dados são de 2007.
Mas eu tenho certeza de duas coisas em relação a esses números. A primeira é que as mulheres bebem mais do que confessam. Elas têm mais vergonha do que os homens de expor esse tipo de hábito. A segunda certeza é que o percentual das mulheres que bebe com freqüência está crescendo. Na geração da minha mãe era raro. Na minha é banal. Entre as amigas dos meus filhos tende a ser maior – ao menos que a preocupação com a saúde e a beleza intervenha e mude o curso das estatísticas, o que é incerto a esta altura.
Tenho visto as pessoas deixarem de fumar e passarem a fazer esportes. A dieta tem mudado tão radicalmente que muitos de nós se tornaram vegetarianos ou quase isso. Mas poucas mulheres ao meu redor deixaram de beber. Ou sequer diminuíram. Até agora a geração ao redor dos 30 tem dado um jeito de conciliar boteco, balada e exercícios.
Entre as tantas coisas que se pode dizer sobre isso, é essencial deixar uma delas bem clara: as mulheres têm o direito de encher a cara, como têm o direito de fazer o que quiserem. Dançar bêbadas, por exemplo. Se embriagar entre amigos. Flertar e transar depois de uma garrafa de vinho. Mesmo o ato triste de beber sozinha me parece esporadicamente essencial. Faz parte do que nos torna humanos.
No fim de semana passado eu vi Sex and the City 2. Eu sou fã da série e não gostei de quase nada no filme, mas gostei da cena em que Miranda e Charlotte tomam um porre para conversar com liberdade sobre as chatices da maternidade. Aquilo é de verdade. O álcool frequentemente facilita o encontro das pessoas com elas mesmas.
Acho que as mulheres sofrem mais do que os homens as asperezas do dia-a-dia das nossas cidades e que pesam sobre elas pressões e medos que entre os homens são menores. Daí certa propensão melancólica que leva muitas mulheres a beber em casa, sozinhas. Ou abusar do álcool no conforto das amigas. Ou tomar a terceira dose de champagne para superar aquela maldita inibição.
Por quê? Há várias explicações para isso, mas a melhor delas é social. Somos um país de beberrões. Ontem a seleção brasileira jogou no meio da tarde e a balada grã fina ao lado da minha casa rolou até 10 da noite. Tenho certeza de que o pessoal não tomou chá de camomila. Era terça-feira, mas e daí? Temos o hábito de encher a cara hoje e lidar com o problema amanhã.
Outra explicação, de natureza mais íntima, liga o álcool e as drogas em geral às nossas inquietações. Bebemos para conter a ansiedade criada por uma sociedade competitiva, para debelar o estresse do nosso cotidiano, para espantar a angústia e a solidão. Bebemos, assim como cheiramos e fumamos, porque somos frágeis e precisamos prazer. As drogas são nossa fonte fácil de prazer.
A rigor, não há novidade nisso. No século 17, quando a invenção do gim barateou a embriaguez, criou-se do dia para a noite um exército europeu de alcoólatras. Sabe-se, desde então, que na ausência de regras e na abundância de aflições as pessoas podem beber até morrer. Como a sociedade brasileira é uma das mais permissivas do mundo, e não nos faltam problemas escabrosos, é natural que a turma beba até cair, como faz.
O que há de novo nessa história é a presença das mulheres no balcão. Elas parecem estar bebendo como nunca. No meu círculo de convívio, boa parte das mulheres bebe como homem, na quantidade e na freqüência. Bebem vários dias por semana, bebem muito a cada vez que bebem e vêm fazendo isso há anos – desde a universidade, por exemplo.
Pelas estatísticas do Ministério da Saúde, elas ainda não são páreo para os homens. Na cidade de São Paulo, o percentual de mulheres que admite abusar de bebidas (isto é, ter tomado mais de quatro doses em alguma ocasião, nos últimos 30 dias) é três vezes menor do que o de homens. São 21% contra 7%. Os dados são de 2007.
Mas eu tenho certeza de duas coisas em relação a esses números. A primeira é que as mulheres bebem mais do que confessam. Elas têm mais vergonha do que os homens de expor esse tipo de hábito. A segunda certeza é que o percentual das mulheres que bebe com freqüência está crescendo. Na geração da minha mãe era raro. Na minha é banal. Entre as amigas dos meus filhos tende a ser maior – ao menos que a preocupação com a saúde e a beleza intervenha e mude o curso das estatísticas, o que é incerto a esta altura.
Tenho visto as pessoas deixarem de fumar e passarem a fazer esportes. A dieta tem mudado tão radicalmente que muitos de nós se tornaram vegetarianos ou quase isso. Mas poucas mulheres ao meu redor deixaram de beber. Ou sequer diminuíram. Até agora a geração ao redor dos 30 tem dado um jeito de conciliar boteco, balada e exercícios.
Entre as tantas coisas que se pode dizer sobre isso, é essencial deixar uma delas bem clara: as mulheres têm o direito de encher a cara, como têm o direito de fazer o que quiserem. Dançar bêbadas, por exemplo. Se embriagar entre amigos. Flertar e transar depois de uma garrafa de vinho. Mesmo o ato triste de beber sozinha me parece esporadicamente essencial. Faz parte do que nos torna humanos.
No fim de semana passado eu vi Sex and the City 2. Eu sou fã da série e não gostei de quase nada no filme, mas gostei da cena em que Miranda e Charlotte tomam um porre para conversar com liberdade sobre as chatices da maternidade. Aquilo é de verdade. O álcool frequentemente facilita o encontro das pessoas com elas mesmas.
Acho que as mulheres sofrem mais do que os homens as asperezas do dia-a-dia das nossas cidades e que pesam sobre elas pressões e medos que entre os homens são menores. Daí certa propensão melancólica que leva muitas mulheres a beber em casa, sozinhas. Ou abusar do álcool no conforto das amigas. Ou tomar a terceira dose de champagne para superar aquela maldita inibição.
Mas isso não significa que se precise beber tanto e a toda hora. O glamour da embriaguez não resiste ao hábito. Aquilo que é bom de vez em quando se torna um horror quando repetido. A bêbada engraçadinha vira uma inconveniente. A ressaca se transforma em desculpa para faltar ao trabalho. De porre, as mulheres brigam com o namorado, com o porteiro, com o filho. E há mais. Encher a cara com frequência piora a saúde, altera o rosto e engrossa a silhueta – e nada disso ajuda a levantar a auto-estima. Quando se trata de álcool, a dose é essencial.
Eu tenho visto, porém, que muitas garotas estão emulando o machismo dos homens quanto ao álcool. É uma cultura autodestrutiva de “quem bebe pouco é fraco, quem para no meio é frouxo, quem não vai até o fim é bundão”. Há muita diversão e farra nesse caminho, mas ele avança numa direção perigosa. As mulheres são menos resistentes do que os homens ao álcool. Além de causar mais danos físicos, ele pode levá-las a fazer coisas arriscadas. Transar sem camisinha é só uma delas. Além do mais, para homens e mulheres esse tipo de atitude porra-louca aponta numa direção ruim. A garota que bebe todas vai ser convidada a tomar um ácido, cheirar uma carreira e, quem sabe, fumar uma pedra. Onde afinal fica o limite? O final dessa história pode ser pavoroso.
O que fazer com a própria liberdade é sempre um problema, sobretudo quando se é jovem e se tem um monte de coisas a provar a si mesmo e ao mundo. Mas eu li uma vez uma entrevista de um grande escritor – o paulista Raduan Nassar – que me ajudou a pensar nisso com mais clareza. O jornalista perguntou do que ele mais se orgulhava e a resposta veio límpida: “Eu me orgulho de não ter permitindo que enchessem minha cabeça de lixo.”
Em um país como o Brasil, onde ídolos e técnicos de futebol gritam na cara de crianças e adolescentes que é preciso beber para ser brasileiro, que é preciso tomar cerveja para ser vencedor, eu às vezes acho a abstinência um ato higiênico de enorme rebeldia – e o ato de beber apenas uma demonstração de obediência coletiva. Mais uma evidência de que estão enchendo a nossa cabeça de lixo. Nossas cabeças de homem e de mulher.
Eu tenho visto, porém, que muitas garotas estão emulando o machismo dos homens quanto ao álcool. É uma cultura autodestrutiva de “quem bebe pouco é fraco, quem para no meio é frouxo, quem não vai até o fim é bundão”. Há muita diversão e farra nesse caminho, mas ele avança numa direção perigosa. As mulheres são menos resistentes do que os homens ao álcool. Além de causar mais danos físicos, ele pode levá-las a fazer coisas arriscadas. Transar sem camisinha é só uma delas. Além do mais, para homens e mulheres esse tipo de atitude porra-louca aponta numa direção ruim. A garota que bebe todas vai ser convidada a tomar um ácido, cheirar uma carreira e, quem sabe, fumar uma pedra. Onde afinal fica o limite? O final dessa história pode ser pavoroso.
O que fazer com a própria liberdade é sempre um problema, sobretudo quando se é jovem e se tem um monte de coisas a provar a si mesmo e ao mundo. Mas eu li uma vez uma entrevista de um grande escritor – o paulista Raduan Nassar – que me ajudou a pensar nisso com mais clareza. O jornalista perguntou do que ele mais se orgulhava e a resposta veio límpida: “Eu me orgulho de não ter permitindo que enchessem minha cabeça de lixo.”
Em um país como o Brasil, onde ídolos e técnicos de futebol gritam na cara de crianças e adolescentes que é preciso beber para ser brasileiro, que é preciso tomar cerveja para ser vencedor, eu às vezes acho a abstinência um ato higiênico de enorme rebeldia – e o ato de beber apenas uma demonstração de obediência coletiva. Mais uma evidência de que estão enchendo a nossa cabeça de lixo. Nossas cabeças de homem e de mulher.
Ivan Martins –http://revistaepoca.globo.com
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13
jun
2010
Tigres dependem do homem para sobreviver
POSTADO ÀS 07:32 EM 12 DE JUNHO DE 2010
WASHINGTON - O tigre, grande felino em risco de extinção, pode ser salvo, mas as medidas necessárias para sua sobrevivência esbarram em obstáculos como o desmatamento e o mercado negro, disseram especialistas reunidos em Washington.No início do século XX, existiam cerca de 100 mil animais espalhados pelo continente asiático, da Índia à China, passando pela Rússia. Agora, os mais otimistas contabilizam 3,5 mil tigres selvagens.
"A população de tigres está em declínio. Estão ameaçados pela destruição de seu hábitat e a caça ilegal", explicou Joseph Vattakaven, um especialista de tigres na Índia da organização ecologista WWF (World Wildlife Fund). Vattakaven e outros especialistas vindos da Ásia reuniram-se nesta semana no zoológico de Washington convocados pela organização "Global Tinger Initiative", que trabalha pela preservação da espécie, para trocar ideias e promover soluções.
Símbolo de força e ferocidade, o predador passou a ser perseguido por caçadores fascinados pela pele branca ou alaranjada com listras pretas. Seus ossos, dentes, garras, bigodes e órgãos também são muito valorizados e utilizados na medicina tradicional, como, por exemplo, a sopa de pênis de tigre que aumentaria o desempenho sexual, e têm alto preço no mercado negro.
Por essas razões, não é de se estranhar que o animal seja negociado ilegalmente por "50 mil dólares ou até mais", informou Vattakaven, destacando ainda que os compradores são em maioria da China. Para lutar contra a caça ilegal "todos devem se empenhar": tanto as autoridades governamentais como a população que vive nas proximidades do hábitat dos felinos.
Uma das ideias expostas consiste na criação de patrulhas especializadas com ampla experiência na atividade ilegal, capazes de dissuadir os caçadores e também de detê-los em caso de hostilidade, explicou Somphot Duangchantrasiri, um dirigente da conservação dos tigres na Tailândia, onde as patrulhas já existem. "São pequenos grupos armados. Somente a presença deles já assusta os caçadores. Mas é perigoso porque os contrabandistas também estão armados. Houve tiroteios e mortos", detalhou.
A extensão dos territórios também dificulta o controle. Na Rússia, "o problema é que temos essas zonas imensas e, teoricamente, devemos inspecionar todos os veículos. É simplesmente impossível", lamentou Vladimir Istomine, dirigente de uma agência governamental russa encarregada de proteger a fauna.
Embora a "prioridade número 1" siga sendo a caça ilegal, segundo o Global Tiger Iniciative, a destruição do hábitat do tigre resultante da expansão das cidades vem imediatamente após. Encurralados em terras pequenas, os tigres custam a encontrar presas e reproduzem-se com dificuldade. A solução passaria pela criação de corredores protegidos entre os diferentes lugares onde vivem os felinos para permitir que eles evoluam a despeito do homem.
"Precisamos conectar os parques naturais para permitir a diversidade genética entre os tigres", crucial para a preservação de qualquer espécie, defende Vattakaven. Segundo os especialistas, o desafio também é político: é preciso convencer os governos envolvidos a inscrever a proteção dos tigres em suas agendas. Contudo, é mais fácil falar do que fazer: na Rússia, por exemplo, os tigres vivem em "zonas de pleno desenvolvimento econômico. Sua conservação não é prioridade", lamentou Vladimir Istomine.
Por Edouard Guihaire, da Agência France Presse. Foto: Romeo Gacad/AFP.
Postado no blog Ciência e meio ambiente (J.C Online)de Verônica Falcão
11
jun
2010
Convite à fraternidade
CONVITE À FRATERNIDADE
"Ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo do alqueire, mas no velador." (Mateus, 5:15.)
Abençoado pela oportunidade de progredir em regime de liberdade relativa, no corpo que te serve de esteio para a evolução, considera a situação dos que foram colhidos pelas malhas da criminalidade e expungem em regime carcerário os erros, à margem da sociedade, a benefício deles mesmos e da comunidade.
Visitá-los constitui dever impostergável.
Não é necessário que sindiques as razões que os retêm entre as grades ou no campo aberto das colônias agrícolas correcionais ou que te inquietes em face aos dramas que os sobrecarregam.
Há sim, alguns que são criminosos impenitentes, reincidentes, sem coração... Doentes, portanto, psicopatas infelizes ou obsidiados atormentados, sem dúvida...
Outros, no entanto...
Mães que não suportaram os incessantes maus-tratos de companheiros degenerados;
irmãos avassalados pelo que consideravam injustiças terríveis e não tiveram energias para superar o momento crítico;
operários espezinhados que não dispunham de forças para vencer a crise;
patrões ludibriados que tomaram a justiça nas mãos;
jovens viciados por este ou aquele fator desequilibrante, que agiram atados sob a constrição de drogas ou paixões;
homens e mulheres probos que foram surpreendidos pela infelicidade num momento de fraqueza;
adolescentes ou anciãos que foram levados ao furto pela fome...
Quantas crianças, também, em Reformatórios, Escolas corretivas, porque não tiveram um pouco de carinho e desde cedo somente receberam reproche e desprezo social!
Podes fazer algo.
Tens muito para dar, especialmente no que diz respeito a valores morais e espirituais.
Confraterniza com eles e acende nas suas almas a flama do ideal imortalista, para que encontrem mesmo aí onde sofrem um norte que lhes constitua bússola e rota na imensa noite do desespero que sempre irrompe nas celas em que se demoram enjaulados por fora ou encarcerados por dentro.
Constatarás que ajudá-los é ajudar-se e ser fraterno para com eles é libertar-se de várias constrições que te inquietam, pondo a luz da tua fé no velador da fraternidade.
(Divaldo Pereira Franco por Joanna de Ângelis. In: Convites da Vida)
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09
jun
2010
A Sabedoria
Do Silêncio Interno
Texto Taoista
Fale apenas quando for necessário.
Pense no que vai dizer antes de abrir a boca.
Seja breve e preciso já que cada vez que deixa sair uma palavra,
deixa sair ao mesmo tempo uma parte de seu Chi (energia).
Desta maneira, aprenderá a desenvolver a arte de falar sem perder energia.
Nunca faça promessas que não possa cumprir.
Não se queixe, nem utilize em seu vocabulário,
palavras que projetem imagens negativas
porque se produzirão ao redor de você,
tudo o que tenha fabricado com suas palavras carregadas de Chi.
Texto Taoista
Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer,
é melhor se calar e não dizer nada.
Aprenda a ser como um espelho: observe e reflita a energia.
O próprio Universo é o melhor exemplo de um espelho
que a natureza nos deu,
Porque o universo aceita, sem condições, nossos pensamentos,
nossas emoções, nossas palavras, nossas ações,
e nos envia o reflexo de nossa própria energia
através das diferentes circunstâncias
que se apresentam em nossas vidas.
Se você se identifica com o êxito, terá êxito.
Se identifica com o fracasso, terá fracasso.
Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos
são simplesmente manifestações externas
do conteudo de nossa conversa interna.
Aprenda a ser como o universo,
escutando e refletindo a energia
sem emoções densas e sem prejuizos.
Porque sendo como um espelho sem emoções
aprendemos a falar de outra maneira.
Com o poder mental tranquilo e em silêncio,
sem lhe dar oportunidade de se impor
com suas opiniões pessoais
e evitando que tenha reações emocionais excessivas,
simplesmente permite uma comunicação sincera e fluida.
Não se dê muita importância, e seja humilde,
pois quanto mais se mostra superior,
inteligente e prepotente,
mais se torna prisioneiro de sua própria imagem
e vive em um mundo de tensão e ilusões.
Sê discreto, preserva sua vida íntima,
desta forma se liberta da opinião dos outros
e terá uma vida tranquila e benevolente,
invisível, misteriosa, indefinível,
insondável como o TAO.
Não entre em competição com os demais, torna-se como a terra
que nos nutre, que nos dá o necessário.
Ajuda ao próximo a perceber suas qualidades,
a perceber suas virtudes, a brilhar.
O espírito competitivo faz com que o ego cresça
e, inevitavelmente, crie conflitos .
Tem confiança em si mesmo.
preserva tua paz interior
evitando entrar na provação
e nas trapaças dos outros.
Não se comprometa facilmente,
se agir de maneira precipitada
sem ter consciência profunda da situação,
vai criar complicações.
As pessoas não tem confiança naqueles que muito facilmente dizem “sim”
porque sabem que esse famoso “sim”não é sólido e lhe falta valor.
Toma um momento de silêncio interno
para considerar tudo que se apresenta a você
e só então tome uma decisão.
Assim desenvolverá a confiança em si mesmo e a Sabedoria.
Se realmente há algo que não sabe,
ou não tenha a resposta a uma pergunta que tenham feito, aceite o fato.
O fato de não saber é muito incômodo para o ego
porque ele gosta de saber tudo, sempre ter razão
e sempre dar sua opinião muito pessoal.
Na realidade, o ego nada sabe
simplesmente faz acreditar que sabe.
Evite julgar ou criticar,
o TAO é imparcial em seus juizos
não critica a ninguém,
tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade.
Cada vez que julga alguém,
a única coisa que faz é expressar sua opinião pessoal,
e isso é uma perda de energia,
é puro ruido.
Julgar, é uma maneira de esconder suas próprias fraquezas.
O Sábio a tudo tolera, sem dizer uma palavra.
Recorda que tudo que lhe incomoda nos outros
é uma projeção de tudo que não venceu em si mesmo.
Deixa que cada um resolva seus problemas
e concentra sua energia em sua própria vida.
Ocupe-se de si mesmo, não se defenda.
Quando tenta defender-lhe
na realidade está dando demasiada importância às
palavras dos outros, dando mais força à agressão deles.
Se aceitas não defender-se estará mostrando
que as opiniões dos demais não lhe afetam,
que são simplesmente opiniões,
e que não necessita convencer aos outros para ser feliz.
Seu silêncio interno o torna impassível.
Faz uso regular do silêncio para educar seu ego
que tem o mal costume de falar o tempo todo.
Pratique a arte do não falar.
Toma um dia da semana para abster-se de falar.
Ou pelo menos algumas horas no dia,
segundo permita sua organização pessoal.
Este é um exercício excelente para conhecer
e aprender o universo do TAO ilimitado,
ao invés de tentar explicar com palavras o que é o TAO.
Progressivamente, desenvolverá a arte de falar sem falar,
e ua verdadeira natureza interna substituirá
sua personalidade artificial, deixando aparecer
a luz de seu coração e o poder
da sabedoria do silêncio.
Graças a esssa força, atrairá para si tudo que necessita
para sua própria realização e completa liberação.
Porém tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre…
O Poder permanece quando o ego
se mantém tranquilo e em silêncio.
Se seu ego se impõe e abusa desse Poder
o mesmo Poder se converterá em um veneno,
e todo seu ser se envenenará rapidamente.
Fica em silêncio, cultiva seu próprio poder interno.
Respeita a vida dos demais e de tudo que existe no mundo.
Não force, manipule ou controle o próximo.
Converta-se em seu próprio Mestre e deixa os demais serem o que são,
ou o que têm a capacidade de ser.
Dizendo em outras palavras, viva seguindo a vida sagrada do TAO.
F I M
Tenha uma bela vida!
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