À UM AUSENTE - DRUMMOND
Carlos Drummond de Andrade
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A um ausente
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,
enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
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"Se tiver que amar, ame hoje.
ResponderExcluirSe tiver que sorrir, sorria hoje.
Se tiver que chorar, chore hoje.
O ontem já se foi e o amanha talvez não venha".
(André Luiz/Chico Xavier)
Abraços, um lindo final de semana com muito amor e carinho.
Olá Zilda!!! Esse texto de Drummond é lindíssimo. Eu fiz uma homenagem à uma colega de trabalho há 4 anos e publiquei esse texto no "house organ" da secretaria de obras da Prefeitura do Rio, onde trabalhávamos na época. A minha amiga saiu numa sexta-feira dando um "até segunda" e nunca mais voltou,lamentavelmente..
ResponderExcluirUm beijo e fique bem.
E.T. Presente da nossa senadora foi forte hein... ministra? [rs]
Valeu Eduardo.Obrigada!!
ResponderExcluirOra ora Senadora!!!!!!!!!!!!!!!Obrigada pela presença e um beijão no coração.
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