Sobre Plágios
Quando alguém se apropria de um texto sem dar os créditos ao autor, essa pessoa se apropria de um momento, de uma história que a inspirou, da oscilação dos sentimentos, de trocas íntimas. Ela se apropria de uma transa, de um abraço, de uma vitória, de uma dor, de uma cura e de horas que foram dedicadas à elaboração daquilo. Ela se apropria de uma lembrança, de uma saudade, de uma angústia, de uma solidão, de um talento. Ela se apropria de algo que pode exemplificar exatamente o que ela queria dizer, mas que teria dito de outra forma.Ela não escreve uma história, ela escreve uma farsa.Por mais que um texto meu pareça fluido ou que eu tenha “facilidade” em escrever, este é um ato solitário e de muita entrega. As palavras são temperamentais e, muitas vezes, arredias. Seduzi-las será sempre um desafio. Compartilhar um texto é um ato de generosidade, porque se compartilha, antes de tudo, uma nudez. E é essa honestidade que tantas vezes desanuvia o coração de alguém que descobriu que não está passando pela mesma situação sozinho. Compartilhar é uma forma de dar calor, de segurar a mão, de fazer um afago, de pedir colo. Por mais simples que seja um texto, ele sempre é fruto de muita leitura, estudo, autoconhecimento, conversa, observação e trabalho. Por isso, o autor merece respeito e consideração. Talvez algumas pessoas não saibam, mas textos são como filhos que a gente solta no mundo, mas todos eles têm uma certidão de nascimento, uma identidade, uma digital. E serão reconhecidos mesmo que desfigurados, porque têm DNA.
Marla de Queiroz
Imagem:Arte surrealista de Rob Gonsalves
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Cada um tem seus princípios, paz.
ResponderExcluirBeijo Lisette
... ...Ou a falta de,Lisette;Obrigada pela presença.
ResponderExcluirTemos que ser justo, e com princípios... e não medíocres ao ponto de esconder por trás de algo que não é nosso...
ResponderExcluirShalon
Zilda, o blog está de parabéns, continue com esse trabalho de informar.
ResponderExcluirGosto muito de um provérbio chinês que diz:
“O homem que não passa o que sabe é que nem nuvem que passa e não traz chuva.”
Super abraço! Boa semana!
Valeu Leandro!Bjs no coração....
ResponderExcluirObrigada Dora!!!Vc é dez!!!!
ResponderExcluirSerá que quem plageia tem esse sentimento, amiga? Creio que nem liga... Já tive uma peça de teatro plageada e ainda registraram. Doeu tanto...Chorei...Me descabelei...Mas depois tive que me conformar. Tentei provar que o texto era meu pela data que havia postado em um site, mas o que vale é o registro. Até hoje ainda sinto uma dor profunda quando penso nisso. Para mim, foi a peça mais linda que fiz. Tinha minha alma, meu sangue, meu útero, minha razão, minha emoção. Era um filho, como você disse. Quando elaboro um trabalho e sei que ele não será meu, tudo bem. É o meu trabalho. Por mais lindo que fique, eu sei que é um filho sem certidão. Mas quando é um texto nosso, tudo muda.
ResponderExcluirAdorei ler esse texto sobre o plágio. Parece que vim aqui para isso. Engraçado, né? Mas deixa pra lá... Águas passadas...
Beijo amiga!!!
Obrigadea amiga Poeta!!!SEI DA SUA DIFICULDADE DE TEMPO QUE SÓ VALORIZA SUA PRESENÇA.Grande beijo
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