Carlos Drummond de Andrade A um ausente-
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Por do sol em Tamandaré (Linda praia no litoral Sul de Pe.) |
comentar o aqui dito pelo mestre
ResponderExcluirpostado por você cigana do nordeste
onde se fala de uma ausência inconsentida
até hoje por quem ficou assim tão sentida.
Amei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Vai fundo poeta ultra inspirado!
ResponderExcluirMariano Pereira de Sousa para mim
ResponderExcluirBewlo texto , bela imagem Zilda!
Bela Tamandaré!
Beijos!
Obrigada mais uma vez amigo Mariano!Bjs.
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